A expressão
"psicossomática" aparece pela primeira vez na história em 1818, com o
pesquisador J. A. Heinroth, em seu estudo sobre "as paixões sexuais na
evolução da tuberculose, da epilepsia e do câncer". O psiquiatra
alemão Heinroth, da escola vitalista, utilizou o termo
"psicossomática" vem sendo utilizada com várias conotações diferentes,
até se definir em 1946 como sendo a interação mente-corpo que conhecemos
atualmente.
Apesar de não ter sido um termo
elaborado por Freud, a psicossomática se desenvolveu no campo da psicanálise, a
partir dos estudos do próprio Freud e de alguns de seus seguidores, como Sandor
Ferenczi.
Naquela época, Freud ainda utilizava o método
da hipnose e observou que os traumas reprimidos geravam alguns sintomas
físicos, sendo que este processo foi denominado por ele de "histeria de
conversão": se a emoção original foi descarregada não através de um
reflexo normal mas por um reflexo "anormal", este último é igualmente
liberado pela lembrança. A excitação decorrente das idéias emotivas é
'convertida' numa manifestação somática.
Os trabalhos de Cannon e de
outros psicofisiologistas foram complementados pelas pesquisas de Hans Selye
sobre o estresse , onde se descobriu as doenças de adaptação. Em suas
pesquisas, Selye observou o estado de tensão nos organismos submetidos a
'agentes estressores' tais como: dor, frio, fome estados tóxicos ou infecciosos
e incluiu por extensão as influências psicológicas. Ele observou todas as
reações adaptativas do organismo a estes agentes estressores e chamou de
'doenças de adaptação' todas aquelas decorrentes do uso excessivo destes mecanismos
de defesa orgânicas . Entre estas doenças de adaptação, ele incluiu a úlcera
péptica, a hipertensão arterial, algumas formas de artrite e lesões miocárdicas
e todas elas foram reproduzidas de forma experimental: os trabalhos de Selye
foram de vital importância para entender-se a atuação do eixo
hipotálamo-hipófise-suprarrenal como um dos principais mecanismos fisiológicos
de regulação neuro-humoral, podendo, sob certas circunstâncias, funcionar
patologicamente e produzir distúrbios funcionais ou orgânicos. A participação hipotalâmica
foi comprovada por Groot e Harris em 1930.
O pesquisador Elliot
demonstrou que a transmissão nervosa se faz através dos neurotransmissores, que
são liberados nas terminações nervosas e interagem com os receptores das
células efetoras. Estes agentes da ação nervosa são comandados pelo cérebro e
por intermédio deles, o cérebro pode regular o comportamento, o estado de humor
e os movimentos.
Os
neurotransmissores também atuam nas glândulas endócrinas , sintetizando algumas
enzimas que produzem hormônios e também secretando estes hormônios. Portanto,
os atuais estudos psicofisiológicos acompanham todo o processo físico-químico
que ocorre em nosso organismo, bem como os caminhos funcionais destes
processos. Os psicossomaticista entendem, a partir destas pesquisas, que antes
de acontecerem as lesões anatômicas existem os distúrbios afetivos e
funcionais.
Cada acidente,
doença ou dor de nosso corpo se manifesta como símbolo de algum processo que
acontece no psiquismo.
Através das
associações de idéias, a pessoa pode revelar e descobrir o que o sintoma quer
comunicar para ela a respeito dos processos inconscientes que estão acontecendo
no momento.
Quando
o psicanalista encontra a ideia que originou tal sintoma e conscientiza seu
paciente da relação entre esta ideia e o surgimento do sintoma, esta
consciência pode levar a uma melhoria do quadro orgânico. Se o sintoma for
entendido enquanto símbolo e tratado como tal, o psicanalista pode ajudar seu
paciente a melhorar e até se recuperar do quadro orgânico.
( material de apostilas de transpsicanálise e estudos-Andre Keppe e pesquisas)
marcia ortiz - psicanalista
marciaortiz20@yahoo.com.br
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