" Vanackeriana II" (2005), Israel Kislansky"Aquilo que se faz por amor está sempre além do bem e do mal" ("Para Além do Bem e do Mal", Friedrich Nietzsche)
SAIR DO ARMÁRIO
ABRO MEU ARMÁRIO E VEJO AS ROUPAS ENFILEIRADAS. TÃO DETERMINADAS. COMEÇO A ME LEMBRAR DAS HISTÓRIAS INFANTIS EM QUE AS CRIANÇAS SE ESCONDIAM NELES PARA FUGIR DOS MONSTROS. MAIS TARDE, AS HISTÓRIAS QUE OUVIA ERAM DE HOMENS E MULHERES QUE ESCONDIAM SEUS AMANTES NOS ARMÁRIOS E, AGORA, ME DEPARO COM A NECESSIDADE QUE A SOCIEDADE TEM DE FAZER SAIR A SEXUALDADE DO ARMÁRIO.
É COMO SE O PRAZER VIESSE NÃO MAIS DO QUE FAZEMOS, MAS DA HISTÓRIA QUE OUVIMOS (ASSISTA AO FILME "O PREÇO DA TRAIÇÃO"). E É EXCITANTE OUVIR ESSAS HISTÓRIAS QUE NÃO FAZEM PARTE DA NOSSA VIDA. É O NOVO, O INTRANSPONÍVEL.
ME PERGUNTO QUAL A NECESSIDADE DE EXPOR NOSSA ESSÊNCIA, QUEM SOMOS E, ISSO, ENGLOBA À SEXUALIDADE. NÃO SERIA O NORMAL FALARMOS DE NÓS PARA QUEM NOS ACOLHE E COM QUEM INTERAGIMOS?
O QUE ENCANTA NO OUTRO É ELE MESMO, SENDO QUEM É, ESTA É A DIFERENÇA. INDEPENDENTE DAS "CLASSIFICAÇÕES", SOMOS NÓS NO TRABALHO, NA SOCIEDADE, NOS RELACIONAMENTOS.
EU OLHO DE NOVO MINHAS ROUPAS E SEI QUE ELAS SÓ SAIRÃO QUANDO EU QUISER VESTI-LAS.
JÁ ESTÁ NA HORA DE AGIRMOS COMO SER QUE PENSA E SENTE, NÃO COMO ROUPAS. CUIDEMOS DOS NOSSOS PRÓPRIOS ARMÁRIOS E O QUE NELE ESTÁ GUARDADO: MEDO, RAIVA, EXPECTATIVA E OBSESSÕES.
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